Carta do RS pelas LIBERDADES LAICAS

O Brasil e o Estado do RS precisam respeitar as Constituições Estadual e Federal, fazendo valer o que está escrito nelas, e que foi amplamente discutido e aprovado. Separar o Estado da Religião, o público do privado, o legal do ilegal, é dever constitucional de cada gestor e ente público, independentemente da religião, filosofia ou cor partidária que este gestor segue na sua vida individual.
Se é verdade que a religião, em especial as religiões majoritárias no Brasil, têm um papel importante na cultura nacional, na arte e, inclusive, no direito (veja-se o direito canônico), também é verdade que os valores sociais evoluem de acordo com o crescimento da nação e que os valores religiosos devem orientar aqueles, e apenas aqueles, que escolhem, livremente e deforma autônoma, submeter-se a esses valores e princípios.
Clique AQUI para ler na íntegra!

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Lançamento do Movimento Estratégico pelo Estado Laico

Audiência pública marca 10 anos das Relatorias em Direitos Humanos
e lançamento do Movimento Estratégico pelo Estado Laico


A efetivação dos direitos humanos no Brasil e os 10 anos de atuação das Relatorias em Direitos Humanos foi o tema da audiência pública realizada no dia 20 de junho em Brasília. O evento também marcou o lançamento do Movimento Estratégico pelo Estado Laico (MEEL).

As Relatorias apresentaram um panorama político da atuação deste primeiro ano do atual mandato e um relato das missões e incidências realizadas neste período, disponível no informe do período 2012-2013.

O evento foi promovido pela Plataforma Dhesca, em conjunto com a Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), Associação Brasileira de 
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) e o Conselho Federal de Psicologia (CFP), com apoio da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) do Ministério Público Federal.


Acesse o 
site do MEEL e saiba mais sobre o Movimento. Leia abaixo o Manifesto de lançamento:


Manifesto do MEEL

Brasília, 18 de junho de 2013

O Brasil vive hoje uma grande ameaça para a garantia de uma vida com dignidade e sem discriminação para todos/as os/as brasileiros/as, chamada fundamentalismo religioso. Após  longo processo histórico que culminou em uma sociedade diversa e plural, vivemos um contexto de retrocesso e de obscurantismo que ameaça um princípio democrático estruturante de nossa Constituição Federal: a laicidade do Estado.

Buscando contribuir para garantir que as decisões sobre a legislação, políticas e serviços públicos sejam baseadas em evidências e não em crenças religiosas de qualquer natureza, o Movimento Estratégico pelo Estado Laico – MEEL foi criado para somar-se aos esforços nacionais em prol da garantia da laicidade do Estado brasileiro e dos direitos humanos.

O Brasil é um Estado Laico, no qual não há nenhuma religião oficial. Um Estado laico não é um Estado ateu, plurirreligioso ou intolerante às liberdades religiosas. Em um Estado laico, não há nem perseguição religiosa, nem favorecimento das religiões. É exatamente a laicidade do Estado que garante a liberdade religiosa e de crença de cada cidadão e cidadã. Em um Estado laico, os órgãos públicos devem ser neutros em matéria religiosa. Isso não significa que quem os integra não possa professar suas crenças individualmente ou com suas famílias e tampouco que sua liberdade de expressão possa ser cerceada. Significa apenas que sua atuação profissional não deve se pautar pelas suas crenças religiosas.

Assim, o objetivo do MEEL é defender o fim da crescente hegemonia religiosa que hoje tem fortemente influenciado a formulação e a execução das políticas públicas, assim como tem causado grandes retrocessos nas propostas do poder legislativo no Brasil. Há uma perversidade daqueles/as que em nome de uma determinada religião imprimem conceitos de 
bem-estar social atrelado ao funcionamento de políticas públicas, atacando direitos conquistados por grupos historicamente discriminados.

O crescimento do fundamentalismo religioso está se conformando em um projeto de poder obscurantista, de tendência fascista, que precisa ser combatido pelas forças progressistas e democráticas desse país. Um projeto de poder que estabelece a hierarquização humana: alguns podem amar, outros não; alguns podem ter direitos, outros não.

Esse projeto tem sido pautado por representantes religiosos e fundamentalistas no Congresso Nacional, em outras casas legislativas e em órgãos do executivo e do judiciário que não atuam de forma ética, desrespeitando a laicidade do Estado. O acesso desses grupos ao poder político é decorrência do aumento de seu poder econômico (alimentado por imunidades tributárias, recursos públicos e pela comercialização da fé) e do poder midiático, por meio de concessões públicas de rádio e TV.

A principal agenda desses grupos é reverter e impedir avanços dos direitos humanos das mulheres; de gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis (LGBT); da população negra e de adeptos das religiões afro-brasileiras, assim como, têm buscado estabelecer políticas repressivas e higienistas no campo das drogas.

O MEEL também questiona os partidos e políticos tradicionais, que baseados em uma visão eleitoreira, de curto prazo, que visa à conquista e manutenção do poder, têm rifado, em troca de apoio, a agenda de garantia de direitos humanos de grupos e minorias para os fundamentalistas religiosos. Essas alianças têm impedido a discussão sobre homofobia e sexismo nas escolas e na sociedade; têm permitido o avanço de projetos de Lei, tal qual a criação da "bolsa estupro"; impedem abordagens de direitos humanos na política de DST e AIDS; dificultam a implementação do ensino de História africana e indígena nas escolas; pressionam pelo financiamento de comunidades terapêuticas religiosas para tratamento de viciados em crack, sem estrutura adequada e sem profissionalismo; estimulam discursos de ódio e intolerância contra a comunidade LGBT e profissionais do sexo.

Na falta de mediação dentro do sistema político-partidário, os grupos fundamentalistas e machistas vêm monopolizando o debate sobre esses temas no Legislativo, com discursos públicos racistas, homofóbicos e sexistas que seriam impensáveis no Brasil 10 anos atrás, gerando desinformação, contribuindo com o aumento dos crimes de ódio, com a discriminação, pavimentando um horizonte de retrocesso e intolerância.

Vivemos um momento de grande retrocesso e é preciso somar esforços e reagir. O MEEL conclama todas as organizações, movimentos sociais, cidadãos e cidadãs comprometidos em construir uma sociedade democrática e inclusiva, baseada nos direitos humanos, no combate ao racismo, machismo, homofobia e todas as formas de discriminação e intolerância; comprometidos com a justiça social, pluralidade, diversidade, sustentabilidade e felicidade; comprometidas com a liberdade e alteridade inerente a todo ser humano que venham construir o  Movimento Estratégico pelo Estado Laico – MEEL.

Direitos Humanos e Laicidade Já!

Que as políticas públicas sejam pautadas pela Constituição Federal!

Que os agentes públicos ajam de acordo com a ética pública republicana e não religiosa!

Pela Liberdade de ser quem somos!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Para organizações da sociedade civil, Estado Laico está ameaçado

Organizações de diferentes áreas vão ao Congresso Nacional em defesa do Estado laico nesta segunda-feira. A proposta é alertar parlamentares sobre o risco envolvido em propostas que confrontam direitos humanos. Estatuto do Nascituro, CPI do Aborto e possibilidade de arguição de constitucionalidade das Igrejas frente ao STF são apontados como principais ameaças de incidência do fundamentalismo religioso sobre princípios democráticos no Brasil.

(Débora Prado / Agência Patrícia Galvão) Um extenso elenco de organizações de áreas como saúde, psicologia, antropologia, direitos humanos e das mulheres devem mobilizar o Congresso Nacional nesta segunda-feira (17) em defesa da laicidade do Estado.

A intenção é alertar lideranças políticas sobre propostas que tramitam na Câmara e no Senado e que, se aprovadas, representariam o comprometimento de princípios democráticos e maior incidência do fundamentalismo religioso no Estado, segundo as instituições.

"Há várias proposições que ameaçam o princípio do Estado Laico, mas as mais urgentes nesse sentido são as do Estatuto do Nascituro, de requerimento da instalação da CPI contra a prática do aborto e a proposta de emenda constitucional que garante às igrejas a arguição de constitucionalidade frente ao Supremo Tribunal Federal", destaca a socióloga e diretora do Cfemea (Centro Feminista de Estudos e Assessoria) Guacira Cesar Oliveira.

Leia também:

>> Manifestantes protestam contra o Estatuto do Nascituro em vários estados

>> Artigo: E o Estado não é Laico?, por Ana Maria Costa, presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde

 

"Precisamos dar visibilidade para essa ameaça de retrocesso dentro e fora do Congresso", frisa a socióloga. "Vamos conversar com todos aqueles e aquelas parlamentares que defendem os direitos humanos e o direito das mulheres. Há partidos de diferentes bases ideológicas que podem sustentar a defesa desses princípios que são constitucionais e basilares para a democracia brasileira", complementa.

A proposta das organizações não é gerar um sentimento antirreligioso, segundo a diretora do Cfemea, mas sim alertar para o grande crescimento da bancada fundamentalista no Congresso e os riscos colocados à agenda democrática. "Vamos como interlocutoras legítimas de uma parte importante da sociedade brasileira que não tem televisão, não é dona de partido político, não tem dízimo, mas tem expressão e relevância na nossa sociedade", afirma.

Além do próprio Cfemea, representantes da Articulação de Mulheres Brasileiras, da Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras, da ANIS (Associação Nacional pela Inclusão Social), da Associação Brasileira de Antropologia, Associação Brasileira de Enfermagem, Católicas pelo Direito de Decidir, CEBES (Centro Brasileiro de Estudos de Saúde), CLADEM (Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher), Conselho Federal de Serviço Social, Conselho Federal de Psicologia, INESC (Instituto de Estudos Socioeconômicos), Marcha Mundial de Mulheres, Platafoma Dhesca (Rede Nacional de Direitos Humanos), Rede Feminista de Saúde, Rede Nacional de Advogados Populares, SOS Corpo -Instituto Feminista para a Democracia, entre outras, irão dialogar com parlamentares para solicitar atenção especial a estes itens e maior espaço para o debate com organizações sociais que defendem o princípio do Estado Laico no debate sobre a legislação e políticas públicas.

Perspectivas

De acordo com Guacira, a arguição de constitucionalidade para as Igrejas é uma afronta ao Estado laico: "As Igrejas poderiam questionar o STF com base em princípios religiosos, ou seja, ele estaria aberto a questionamentos próprios de teocracias e não de democracias", explica.

Em relação ao Estatuto do Nascituro, para a socióloga, seria possível apontar diferentes aspectos que ferem princípios democráticos. "Vou destacar um: a vida das mulheres e o direito das mulheres dar a vida seriam inferiores aos direitos conferido a um conjunto de células dentro de um tubo de ensaios no congelador. Uma lei nesse sentido é totalmente antiética", pontua.

Já a proposta de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o aborto, segundo ela, é uma tentativa de criminalização da discussão sobre o direito ao aborto. "A CPI iria investigar e punir o debate sobre a legalização do aborto. A CPI tem claramente o propósito de intimidar e inviabilizar as organizações que promoverem o debate sobre a problemática do aborto no país, que dizem para a sociedade que a prática do aborto não é uma questão de polícia, mas sim uma questão social e de saúde pública. Essa CPI é absolutamente antidemocrática, pois tem como objetivo calar o debate sobre o direito ao aborto, algo inerente, desejável e fundamental a qualquer democracia", defende.

Saiba mais sobre as propostas:

>> Aborto no Brasil: a alguns passos do retrocesso: especial traça o painel do aborto legal no Brasil e explica o que pode mudar se o projeto de lei for aprovado (Pernambuco.com)

>> Avança na Câmara projeto que dá a entidades religiosas poderes para questionar leis no STF

>> Feministas alertam para crescente criminalização da luta pela legalização do aborto na América Latina

>> Nota Oficial da Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras sobre o Estatuto do Nascituro

Segundo a socióloga, as perspectivas com essa ação de diálogo com parlamentares são positivas. "Nossa convicção é que os princípios que orientam grande parte dos partidos políticos são condizentes com aquilo que estamos defendendo. Em que pesem os interesses eleitorais em jogo, acreditamos que, em uma democracia, os princípios que a gente defende são coerentes e deverão ter o suporte necessário para evitar um retrocesso inaceitável no país", avalia.

>> Mais informações: Guacira Cesar Oliveira, socióloga e diretora do Cfemea (Centro Feminista de Estudos e Assessoria) - Tel.: (+55 61) 3224 1791 

“Precisamos chegar à presidência da República”, diz Marco Feliciano aos fieis gaúchos

Data:17/jun/2013, 10h46min
Da Redação
Pastor Marco Feliciano (PSC)

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Em discreta passagem pelo Rio Grande do Sul, para fugir dos holofotes da imprensa e da mira dos protestantes, o deputado federal Marco Feliciano (PSC – SP) participou do 5º Congresso Internacional de Missões, em Sapucaia do Sul. Aos fieis, introduziu argumentos políticos enquanto contava sua história e lia trechos bíblicos. O principal foco do discurso foi o ataque aos homossexuais, dos quais para 'combater' seria necessário, segundo ele, que pessoas como ele alcançassem o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Presidência da República.

"Na França, permitiram o casamento gay e hoje perderam essa luta. Por isso estou lá na Câmara Federal e precisamos chegar no Supremo Tribunal Federal. Precisamos chegar à Presidência da República, ao comando dos estados, prefeituras e câmara de vereadores", disse no evento organizado pela Associação Missionária e Evangelística Luz das Nações. E falou que o início do processo de tomada de poder pelos evangélicos, chamado por ele de 'avivamento do país, deveria começar pelo Rio Grande do Sul, já que os gaúchos "preservam suas raízes".

Po 90 miutos, o atual presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal fez a plateia chorar, gritar, aplaudir e ovacioná-lo. Os fieis também contribuíram com doações em dinheiro, cheque e cartão de crédito. "É a semente. Em 2014, quando voltar, vou reservar dez minutos para ouvir testemunhos de quem está dando a semente hoje. Se não tiver resolvido seus problemas financeiros, se a semente de hoje não tiver se multiplicado em casa própria, carro, emprego ou seja lá qual for a sua necessidade, desisto de ser pastor", disse Feliciano.


--
Rachel Duarte
repórter
www.sul21.com.br
@jornalsul21
@rachduarte
(51) 3084 4316

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Entidades religiosas farão marcha contra aborto e união gay em Brasília

A Esplanada dos Ministérios será o palco  para católicos e evangélicos protestarem| Foto: Wikipedia
Da Redação
Iniciam nesta terça-feira (4), manifestações realizadas por católicos e evangélicos na Esplanada dos Ministérios para pressionarem o Congresso a avançar com propostas polêmicas e que enfrentam resistência de ativistas de direitos humanos.
Os religiosos vão defender restrições ao aborto previsto em lei e farão ataques contra a decisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que facilitou o casamento gay.
A principal demanda dos manifestantes é a aprovação do Estatuto do Nascituro, que garante direitos ao bebê em gestação, o que, na prática, pode proibir o aborto mesmo nos casos já previstos por lei. A proposta deverá ser votada nesta quarta-feira (5) pela Comissão de Finanças da Câmara.
Além disso, deverão pregar por liberdade religiosa, questionar a criminalização da homofobia e aproveitar para contestar a indicação do advogado Luís Roberto Barroso para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal.
Barroso enfrenta resistência por ter defendido a equiparação das uniões homoafetivas às uniões heterossexuais e a pesquisa com células-tronco em julgamento no Supremo. O jurista será sabatinado nesta quarta-feira (5) na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Capitaneada por grupos católicos, a 6ª Marcha Nacional da Cidadania Pela Vida pretende reunir 30 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios na tarde de hoje.
Com informações da Folha

_