Carta do RS pelas LIBERDADES LAICAS

O Brasil e o Estado do RS precisam respeitar as Constituições Estadual e Federal, fazendo valer o que está escrito nelas, e que foi amplamente discutido e aprovado. Separar o Estado da Religião, o público do privado, o legal do ilegal, é dever constitucional de cada gestor e ente público, independentemente da religião, filosofia ou cor partidária que este gestor segue na sua vida individual.
Se é verdade que a religião, em especial as religiões majoritárias no Brasil, têm um papel importante na cultura nacional, na arte e, inclusive, no direito (veja-se o direito canônico), também é verdade que os valores sociais evoluem de acordo com o crescimento da nação e que os valores religiosos devem orientar aqueles, e apenas aqueles, que escolhem, livremente e deforma autônoma, submeter-se a esses valores e princípios.
Clique AQUI para ler na íntegra!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Criação de igreja é negociada até em anúncio de classificados

'Não tem limite. É muita grana. Dois milhões. Dez milhões', diz o autor da proposta

Jailton de Carvalho- O Globo

BRASÍLIA - Se abrir uma empresa é sonho de consumo de todo empreendedor, montar sua própria igreja virou sinônimo de um bom negócio. No último fim de semana, a seção de classificados de um jornal de Brasília tornou público o desejo de um certo Francisco. "Procuro 2 pessoas p/ juntos abrirmos uma igreja", diz a curta mensagem na área destinada a recados, logo abaixo de outros outros anúncios em que homens e mulheres procuram parceiros para relacionamentos sinceros.

A mensagem de Francisco vem acompanhada do número do celular para contato. Quem se atreve a ligar para o telefone indicado, rapidamente esclarece qualquer dúvida sobre o motivo do negócio. Na segunda-feira, o autor do anúncio, que se apresenta como Francisco, foi direto ao ponto:

- Eu não sei qual é o seu objetivo. O meu eu sei. É espiritual e financeiro. Sou bastante objetivo nos meus negócios - avisa.

Ele diz que prefere ser franco porque não quer perder tempo com discussões sobre ortodoxia religiosa. Sem contestação do outro lado da linha, Francisco se sente à vontade para expor seus planos. Ele quer fundar uma igreja pentecostal como muitas outras que existem por aí e ganhar muito, muito dinheiro. Basta usar técnicas de hipnose coletiva, simular milagres e recolher dízimo.

- Não tem limite. É muita grana. Dois milhões. Dez milhões. Ou até mais. O negócio é um rio correndo para o mar - profetiza.

Francisco tem como espelho pastores de outras igrejas que surgiram no nada e, de repente, se tornaram um império. Ele diz que não quer exatamente ser uma estrela de TV. Não é um grande orador e nem faz questão de demonstrar conhecimento profundo de textos sagrados. Para o mais novo candidato a pastor, basta uma sala num barraco qualquer, de preferência numa área bem pobre e algumas cadeiras de plástico.

- As igrejas não estão procurando pastores. Eles querem um sujeito que tenha noção de hipnose. Que é uma coisa muito mais rápida. Você vai chegar numa sessão, vai hipnotizar o povo. A pessoa vai ficar hipnotizada. Vai te dar 10% hoje. Amanhã da mais 10% e conta o milagre para os outros - explica.

Segundo ele, as pessoas mais simples querem milagres e estão dispostas acreditar em qualquer situação que pareça extraordinária. O futuro pastor diz ainda que os riscos do negócio são mínimos. O aluguel de uma sala num bairro pobre fica em torno de R$ 500. As cadeiras de plástico podem ser compradas a medida em que o número de fiéis for aumentando. Ele até sugere um lugar para começar:a Vila Estrutural, uma das favelas mais pobres do Distrito Federal. Não importa se outras igrejas chegaram primeiro.

- Quanto mais, melhor - diz.

Em seguida convida o interlocutor para uma conversa particular para acertar os detalhes do negócio. No primeiro contato não pediu investimento inicial dos sócios, nem disse como o negócio será rateado.

A fé pode render muito. Exemplos não faltam. E, então, ele começa a citar nomes de outros aventureiros que se tornaram ricos, muito ricos, vendendo ilusões. Francisco é de uma sinceridade quase religiosa.

Fonte: O Globo: http://oglobo.globo.com/pais/criacao-de-igreja-negociada-ate-em-anuncio-de-classificados-8883673?

domingo, 14 de julho de 2013

MP tenta impedir verba pública em evento católico

EDITAL CONTESTADO


O Ministério Público do do Rio de Janeiro ajuizou Ação Civil Pública com pedido de liminar para barrar o edital lançado pela Prefeitura do Rio de Janeiro para contratar, por R$ 7,8 milhões, os serviços de saúde da Jornada Mundial da Juventude que ocorre entre 23 e 28 de julho na capital fluminense e que contará com a presença do papa Francisco. A Promotoria alega tratar-se de um evento privado, o que veta a contratação de serviços com dinheiro público.

O MP argumenta que o governo municipal tomou "decisão repentina, não planejada, aparentemente sem justificativa plausível e, sobretudo, com custo indevido para o erário público que assume, como sendo dever seu, a prestação de serviço de atendimento médico da Jornada Mundial da Juventude, que deveria ser executado e custeado pelo ente privado responsável pelo evento".

Proposta pelas promotorias de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde e Cidadania, a ação prevê que os serviços de assistência médica fiquem a cargo do Instituto Jornada Mundial da Juventude sem a aplicação de verbas públicas. Além disso, o MP pede que a programação de atenção à saúde seja mantida, sob pena de cancelamento total ou parcial dos eventos. O bloqueio da verba seria seguido por seu encaminhamento aos demais programas municipais na área de saúde.

Caso o pedido seja recusado, o Ministério Público quer que as empresas que constam como rés sejam proibidas de participar da licitação, uma vez que tiveram acesso privilegiado aos dados do evento. 

Em nota oficial, o Comitê Organizador Local da JMJ refutou o argumento da ação. "A JMJ Rio 2013 será um evento realizado em parceria com o Poder Público". A organização diz que o MP ignora os documentos que basearam a candidatura do Rio, assinados pelos governos federal, estadual e municipal e compara o esforço para sediar a jornada ao utilizada para trazer a Copa do Mundo e as Olimpíadas. 

"É fato que a JMJ Rio2013 trará ao Município do Rio de Janeiro um público de magnitude inédita, que já está chegando à cidade, vindo de todas as partes do planeta, fato este que, incontestavelmente, promoverá mundialmente nossa cidade, trazendo literalmente milhões de turistas e incontáveis oportunidades para os cariocas e para todos os setores da economia local. Resta claro então que a JMJ Rio2013 não pode ser compreendida como um evento exclusivamente religioso e muito menos privado", diz a nota. Com informações das assessorias de imprensa do Ministério Público do Rio de Janeiro e do Comitê Organizador Local da Jornada Mundial da Juventude.

Revista Consultor Jurídico, 11 de julho de 2013

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Visita do papa ao Brasil custará R$ 118 milhões aos cofres públicos

Postado em: 17 mai 2013 às 14:18

Visita do papa Francisco ao Brasil deverá custar quase R$ 120 milhões aos cofres dos governos federal, estadual e municipal. Por outro lado, igreja pretende arrecadar cerca de R$ 300 milhões

Papa Francisco virá ao Brasil no final de julho (Foto: Reprodução)

A visita do papa Francisco ao Brasil de 23 a 28 de julho, durante a 26ª Jornada Mundial da Juventude, custará aos cofres dos governos federal, estadual e municipal do Rio pelo menos R$ 118 milhões.

O governo federal terá o gasto de R$ 62 milhões — desse total, R$ 30 milhões serão com a segurança do papa. Só com o transporte por um avião Hércules da Força Aérea de dois papamóveis do Rio para o Santuário de Aparecida (SP) custará cerca de R$ 1 milhão.

Dos cofres do Estado e da prefeitura do Rio sairá aproximadamente o total de R$ 56 milhões.

Não há informação sobre quanto a Igreja Católica vai gastar com a visita do papa e a realização da Jornada.

Com a inscrição dos participantes nesse evento, de acordo com estimativa do governo, a Igreja arrecadará R$ 140 milhões, se obtiver 450 mil adesões.

Leia também

·         Padre que apoia gays abandona e critica Igreja Católica

·         "Mujica não foi porque não é católico e o Uruguai é um país laico"

·         A entrevista de Leonardo Boff sobre Bento XVI que a Folha não publicou

Pelas projeções da própria Igreja, contudo, o número de participantes será no mínimo de 800 mil, o que dará uma arrecadação de cerca de R$ 300 milhões. Entre outros gastos, a Igreja arcará com a hospedagem dos peregrinos.

Além de milhares de PMs, a visita do papa mobilizará 9 mil homens das Forças Armadas e 1.700 da Força Nacional. Em Guaratiba (Rio), onde haverá a vigília missa campal, a Força Nacional empregará 1.500 homens, que se somarão aos 2 mil seguranças privados contratos pela Igreja.

Os R$ 118 milhões dariam para construir 2.360 casas populares, ao custo de R$ 50.000 por unidade.

Paulopes, com informações de O Globo